Felipe Pontes, familiar de uma das vitimas do médico Fernando Cunha Lima, investigado por estupro de vulnerável em João Pessoa, revelou nesta sexta-feira (7) que está sendo perseguido pela defesa do pediatra.
Conforme observou o VozPB.com.br/” target=”_blank” rel=”noopener”>VozPB, em entrevista ao Programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM, Felipe Pontes afirmou que não se sente seguro e revelou que a defesa do pediatra está tentando constranger sua própria mãe.
“Nós não nos sentimos seguros, eu não me sinto seguro, eu ando toda hora olhando para trás, eu não ando na rua, numa hora vão me pegar, eu penso nisso toda hora. Eu estou sendo perseguido pela defesa deles, isso aqui eu não ia divulgar, mas vou aproveitar e divulgar. A defesa deles está tentando me atuar com uma perseguição jurídica contra mim pelo trabalho que eu fiz em divulgação desse caso. A defesa deles sabe que eu não moro em João Pessoa, sabe que eu moro em São Paulo, estão tentando constranger minha mãe, querendo me calar, mas o resultado é esse. Se eu tivesse ficado calado, provavelmente esse caso nunca teria vindo a público. Então podem tentar me calar, mas a única forma de me calar é me matando. Eu sei que eles podem tentar isso, mas não vão conseguir, porque ainda que eles me matem, tem mais um monte de gente que está disposto a continuar por isso”, explicou Felipe.
O familiar de uma das vítimas comemorou a prisão do médico nesta sexta-feira (7), encontrado na cidade de Paulista, região metropolitana do Recife, em Pernambuco.
“Ainda não consigo traduzir o sentimento, a ficha não caiu ainda. Eu acho que me sinto como na primeira entrevista que Gabriela deu, até difícil de falar. Eu estava no escritório e não sabia que a entrevista iria sair, quando vi na hora comecei a chorar quando vi que naquele momento ele não tinha mais saída. Ainda não caiu a ficha, foi difícil demais. Nós ficamos um pouco aliviados, mas vamos ficar aliviados de fato depois que todos os bens dele tiverem realmente bloqueados, apreendidos.”, afirmou o familiar.
Felipe Pontes revelou também que o médico estava recebendo apoio financeiro da família para se manter escondido no estado vizinho.
“Nós sabemos que a família estava levantando dinheiro para ele, para pagar o esconderijo dele. Nós sabemos que eles estão com uma rede de apoio, vamos dizer assim, nós estamos chamando de rede de apoio, mas na verdade é uma quadrilha. É uma quadrilha ligada ao crime organizado na Paraíba”, revelou.
Pontes afirmou ainda que recebeu ligações após anunciar recompensa nas redes sociais para quem encontrasse o médico e agradeceu o trabalho de autoridades na prisão do pediatra.
“Eu recebi algumas ligações, mas algumas até com relacionados com políticos da Paraíba, mas não acho que tenham ajudado a pegar o cara, não. Acho que foi, de fato, o trabalho do pessoal, especialmente da Graco, o delegado, o Dr. Rafael Bianchi, foi sensacional isso aí, foi essencial, eu acho. Foi essencial o Ministério Público também, vocês, muita gente para agradecer. Depois, com mais calma, eu vou fazer um agradecimento a todo mundo, porque agora não dá para agradecer a todo mundo, se não vou acabar sendo injusto”, destacou.
Por fim, Felipe Pontes criticou algumas pessoas do Judiciário da Paraíba sobre a demora na prisão do médico e afirmou que o número de vítimas pode ser o dobro do divulgado anteriormente.
“As pessoas da Justiça da Paraíba, determinados burocratas, fizeram um desserviço completo nessa situação, criaram um custo gigantesco para a Paraíba, olha quanto custo a polícia teve que gastar aí, esses caras incompetentes têm que pagar por isso, eles têm que pagar pelo custo que eles causaram ao Estado da Paraíba. O número dos que já fizeram a perícia é aquele que saiu, que saiu ano passado, eu não lembro exatamente quanto, mas tem pelo menos o dobro de pessoas que não tiveram ainda coragem suficiente, força suficiente, porque tem medo. Determinadas pessoas e burocratas da Paraíba causaram uma injustiça e uma repetição das vítimas, e muita gente não teve coragem de denunciar porque tinha medo de perseguição, porque tinha o que a injustiça paraibana estava fazendo com esse caso. E aí o cara ainda promovia a desembargador, essa justiça da Paraíba eu não sei não, ainda nem consultou, tem muita gente que ficou aí, o desembargador Ricardo Vidal foi assim. Também tem uma aula mostrando que a justiça da primeira instância errou, errou feio, errou demais e a gente não pode se calar, nós temos que questionar, juízes, advogados, ninguém é Deus, apesar de alguns acharem que são, mas não são, a nossa voz só vai calada quando a tampa do caixão fecha, a gente tem que questionar e dar uma pressão mesmo para essa galera aprender que eles não cantam tudo”, finalizou.
Prisão
O pediatra Fernando Cunha Lima foi preso pela Polícia Civil da Paraíba, nesta sexta-feira (7). O médico foi encontrado e detido em um flat no bairro do Janga, município de Paulista, na região metropolitana do Recife, em Pernambuco.
O médico é investigado por abusar sexualmente de crianças no próprio consultório na Paraíba e também foi acusado pelas sobrinhas. Como o caso delas ocorreu há muito tempo, já prescreveu, mas elas prestaram depoimento como testemunhas.
Fernando Cunha Lima estava foragido desde novembro de 2024, quando a Justiça da Paraíba expediu mandado de prisão e a Polícia Civil fez buscas e não o encontrou no prédio onde ele mora, em João Pessoa. Os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento dele, recolhendo vários materiais, no dia 5 de novembro de 2024.