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Tremor de terra é registrado perto da divisa de Pernambuco com Paraíba

Imagem ilustrativa (Foto: freepik)

Um tremor de terra foi registrado no município de Venturosa, que fica a 32,4 quilômetros da divisa com a Paraíba. O tremor de terra foi divulgado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis UFRN).

Como visto pelo VozPB, o tremor de terra aconteceu no dia 8 deste mês. A atividade foi registrada às 3h8, horário de Brasília, e teve magnitude preliminar de 2.1. O LabSis não obteve informações sobre se a população conseguiu sentir o tremor de terra.

Mapa abaixo mostra distância entre Venturosa e a Paraíba:

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Imagem: Google Maps

Tremores de terra na Paraíba

Um levantamento feito pelo VozPB.com.br/” target=”_blank” rel=”noopener”>VozPB, com base em dados do LabSis, mostrou que a Paraíba teve, entre novembro de 2020 e janeiro deste ano, 47 eventos sísmicos, conhecidos como tremores de terra ou pequenos terremotos.

Como apurado pelo VozPB, Patos, município do Sertão, é o que mais registrou terremotos, com seis. Depois, aparecem Juazeirinho, com cinco; Campina Grande, com quatro; e Picuí, com três abalos registrados.

Sobre intensidade dos terremotos, o VozPB observou que o de maior magnitude foi registrado em Patos, com 2.2, e Belém do Brejo do Cruz, também com 2.2.

Motivos para registro de terremotos na Paraíba

Ao VozPB, André Tavares, engenheiro do LabSis, explicou que falhas geológicas e pressões na placa tectônica do continente são os principais motivos de ocorrência dos tremores de terra.

“Normalmente, [eles acontecem] por falhas geológicas presentes no interior do continente, no interior da placa tectônica Sul-Americana. As pressões nas bordas da placa tectônica, assim como outros fenômenos geológicos e até antropogênicos, criam essas falhas (que são como rachaduras no subsolo)”, explicou André Tavares.

Sobre a possibilidade de desastres com mortes e danos a prédios, André relatou que tudo depende da intensidade dos terremotos e da proximidade do epicentro aos centros urbanos.

Como exemplo, ele relacionou terremotos submarinos, que acontecem e não são sentidos na superfície, e um terremoto que ocorreu no Rio Grande do Norte em 1986, que terminou com a destruição da cidade de João Câmara.

“No Nordeste, em geral, acima de 1.5 de magnitude a população sente os terremotos. Estamos na região sísmica mais ativa do Brasil no momento. [Mas, destruição] depende da proximidade entre o epicentro do terremoto aos centros urbanos e à magnitude. Entre a África e a América do Sul há uma cadeia de montanhas submarinas, a Dorsal Meso Oceânica. Lá, ocorrem terremotos de magnitude acima de 5 e ninguém nem sente, por estar no fundo do mar e longe de centros urbanos. Já o terremoto de João Câmara, em 1986, de magnitude máxima de 5.1 destruiu a cidade”, contou André Tavares ao VozPB.

Estudo mostra probabilidade de terremotos mais fortes no Nordeste

Terremotos de magnitude 6,2 graus podem começar a afetar a Paraíba e outros estados do Nordeste. A probabilidade foi divulgada pela Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) a partir de um estudo do Catálogo Sísmico Brasileiro (SISBRA).

Como observado pelo VozPB, o estudo considera a região Nordeste um local estável no quesito de abalos sísmicos. No entanto, nos próximos 50 anos, a região tem chance de registrar terremotos com potencial de destruição.

“Nossa análise mostrou que no Nordeste, em 50 anos, terremotos de magnitudes de 4,7 a 5,1 têm probabilidades de ocorrência de 50% (relevante para estruturas civis, como casas e prédios), e de magnitudes 5,5 a 6,2 têm probabilidades de 10% (relevante para obras civis de grandes dimensões, como barragens, parques eólicos, mineração, usinas hidrelétricas e nucleares)”, destacaram os autores do estudo, como visto pelo VozPB.

O estudo também pede que as autoridades acordem para a importância de ações preventivas. A pesquisa foi conduzida pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Augusto Silva da Fonsêca e Aderson Farias do Nascimento (professor coordenador do LABSIS, que integra a RSBR), e do professor do Institute of Geophysics Polish Academy of Sciences, Stanisław Lasocki.

O estudo completo pode ser lido clicando aqui.

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