Uma possível suspeita de manipulação de perícia está sendo levantada após um policial militar ter sido indiciado por duplo homicídio na morte do casal que colidiu em um poste e morreu no bairro do Valentina, em novembro do ano passado. O caso se dá, uma vez que na primeira perícia, feita pelo Instituto de Perícia Criminal (IPC) não houve relato de que o jovem teria sido vítima de um tiro da polícia. O pai das vítimas, inconformado, pagou uma perícia particular, e a mesma identificou o tiro na cabeça do jovem, situação que motivou um terceiro laudo feito pela Polícia Civil.
Após todo esse processo, foi iniciada a reviravolta no caso Guilherme e Ana Luíza ambos mortos após a ação do policial. Um novo inquérito que foi remetido ao Ministério Público (MPPB) sofreu reviravolta após um laudo particular indicar que o jovem foi atingido por um tiro de um policial.
Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quarta-feira (23), o pai de uma das vítimas, Joselito Mendonça disse que o próximo passo é conseguir o indiciamento da equipe de policiais que estava realizando a blitz. “Eles foram assassinados, não houve acidente…. eu ainda não estou satisfeito. Se houve a ação do soldado, houve a omissão dos cinco que ali estavam. No primeiro depoimento disse que não havia disparo e no segundo assumiu que houve disparo de fuzil”, explicou como acompanhou o VozPB.
Furaram a blitz e bateram em um poste. O pai, inconformado com a situação pediu a exumação do corpo, disse que viu uma perfuração no capacete e que o capacete sumiu, a segunda perícia particular deu uma reviravolta apontando que ouve um disparo após a colisão.
O policial militar Thiago Almeida foi indiciado por duplo homicídio do Guilherme e da Ana Luísa. “O próximo passo é buscar o indiciamento dos outros militares e dos peritos que estiveram envolvimento no caso”, destacou o pai da vítima.
Perícia
Após meses da morte, os corpos de Guilherme Pereira e Ana Luiza Bandeira, mortos após a moto em que estavam bater em um poste no bairro de Muçumagro, em João Pessoa, no dia 30 de novembro, foram liberados após a realização de uma nova perícia, na semana passada. As informações sobre a liberação foram confirmadas pelo Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol-JP). Os corpos foram enterrados no cemitério Nossa Senhora da Boa Morte, em Bayeux.
A exumação ocorreu no dia 12 de junho, após pedido do pai de uma das pessoas alegar que ambos foram mortos a tiros. De acordo com o Numol, o resultado dos novos laudos foram enviados para a delegada Luísa Correia, responsável pelo inquérito. Não foi informado por quais exames os corpos passaram.
O caso, que antes era investigado pela Delegacia de Crimes de Trânsito da capital, foi transferido e reaberto para ser investigado pela Delegacia de Homicídios.