Delegado Rafael Bianchi – Foto: Clilson Júnior
Após o pediatra Fernando Cunha Lima citar que ficaria só dois dias preso, o delegado Rafael Bianchi disse que a fala do médico dificulta sua soltura ou conversão em prisão domiciliar. Ao programa Arapuan Verdade, nesta segunda-feira (10), o delegado titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO) falou sobre o trabalho que resultou na prisão do homem investigado por abuso sexual contra crianças em seu próprio consultório.
Fernando Cunha Lima foi preso na última sexta-feira (7) após ser encontrado em um flat no bairro do Janga, município de Paulista, região metropolitana do Recife. Ele estava há quatro meses foragido da Justiça da Paraíba após ser alvo de mandado de prisão.
A esposa do pediatra foi localizada em Pernambuco por equipes da Polícia Civil que investigavam onde estaria o médico.
“Alguns dados do setor de inteligência já tinham sido coletados. Fizemos essas análises, minuciosamente, para localizarmos alguns pontos de interesse na cidade do Recife porque nós tínhamos colaboradores que disseram que haviam visto a esposa do médico na cidade do Recife, em alguns pontos comerciais como farmácia, padaria e mercados. Estávamos monitorando, só que não sabíamos o ponto exato”, explicou o delegado, como verificou o VozPB.
“Deslocamos algumas equipes em campo, enquanto a outra continuava a fazer análises de elementos de informática”, acrescentou.
A equipe da Polícia Civil identificou dois locais onde o médico poderia estar escondido. “Localizamos um ponto de interesse na cidade de Paulista. Então foram iniciados dois pontos de vigilância: um no Recife e outro, no bairro Casa Forte, e outro em Paulista, no bairro Janga. Todos os dias, principalmente na última quinzena de fevereiro, tínhamos equipe monitorando”, contou.
Fernando Cunha Lima, segundo o delegado, já buscou sair de João Pessoa antes da expedição do mandado de prisão, logo após prestar depoimento na delegacia.
“Pelo que foi constatado, um pouco antes de sair o mandado de prisão, em novembro de 2024, ele já se deslocou para a cidade do Recife. Logo depois que ele prestou depoimento na delegacia, ele já se deslocou para Recife. Depois desse deslocamento, nós conseguimos verificar que os familiares estavam dando apoio”, relatou.
Rafael Bianchi explicou que a lei pune algumas pessoas pelo crime de auxílio ao foragido, mas isenta alguns familiares como pais, filhos, irmãos e cônjuges. Neste caso, segundo o delegado, o genro e um casal de amigos apoiou o médico foragido e esses três devem responder por favorecimento pessoal, já que não se enquadram como membros da família isentos de punição.
Confira a entrevista do delegado