Polícia Federal – Foto: Agência Brasil/Arquivo
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13), em conjunto com o Ministério Público Federal a Operação FLYING DUTCHMAN, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa transnacional especializada em crimes contra o sistema financeiro, envolvendo fraudes com criptoativos, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
As investigações apontam que, nos últimos anos, foram movimentados valores superiores a R$ 4,1 bilhões de reais por meio de um complexo esquema de ocultação patrimonial. Os recursos ilícitos eram canalizados pelos investigados por meio de empresas de fachada e “laranjas”, visando mascarar a verdadeira origem e destino dos valores. A empresa corretora, que prometia rentabilidade aos seus investidores, está sediada em um paraíso fiscal no Caribe e não tinha representação no Brasil.
Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nos municípios de João Pessoa/PB, Natal/RN, Recife/PE, Cabo de Santo Agostinho/PE e Caruaru/PE, resultando na apreensão de documentos, dispositivos eletrônicos e ativos financeiros. Além disso, foi determinado o sequestro judicial de R$ 500 milhões de reais, visando impedir a continuidade da atividade criminosa e garantir o ressarcimento dos prejuízos às vítimas.
Os crimes investigados são os previstos nos artigos 16 e 22 da Lei nº 7.492/86 (evasão de divisas e operação de câmbio não autorizada) e no artigo 1º da Lei nº 9.613/98 (lavagem de dinheiro).
O nome da operação, FLYING DUTCHMAN, faz alusão à lenda do Holandês Voador, um navio fantasma condenado a vagar eternamente sem jamais poder atracar. A escolha reflete o modus operandi da organização criminosa, que utilizava estruturas societárias em paraísos fiscais no Caribe para a prática de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, movimentando recursos obtidos por meio de crimes financeiros em diversos países, incluindo o Brasil.